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Arquitetos: Diana Barros Arquitetura
- Área: 570 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Mário Brandão
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Fabricantes: CIN, Efapel, JNF, POLYREY, Sanindusa, Velux
Descrição enviada pela equipe de projeto. A proposta de intervenção arquitetónica pretende honrar o edifício original, estimando o sistema construtivo existente e investigando a capacidade de adaptação do mesmo às necessidades de conforto contemporâneas.
A estrutura do edifício obedece ao que era comum neste modelo de habitação burguesa de finais do século XIX, no Porto, sendo construída, de uma forma geral, por paredes exteriores de alvenaria de granito, paredes interiores em tabique e pavimentos e cobertura em madeira.
O acesso à habitação faz-se por uma entrada lateral no piso térreo que se transfere para um corredor lateral, perpendicular ao sentido da rua. A caixa de escadas central, iluminada por uma claraboia, tem uma imponente presença no edifício e todos os pisos se organizam simetricamente a esta, dividindo-o em duas metades.
No sentido de perceber o estado de conservação do edifício, foi realizado um levantamento meticuloso da condição de todos os elementos que o integram. Concluímos que a estrutura dos pavimentos, cobertura e lanços de escadas se encontrava em razoável estado de conservação, mas, os restantes materiais foram sendo alvo de intensa degradação.
A mudança de programa conduziu a uma alteração da organização interna e mudanças de tipologia, mas o sistema construtivo e a caixa de escadas central foram mantidos e recuperados. A segurança e as condições de conforto foram aprimoradas e todas as infraestruturas foram atualizadas.
Relativamente ao desenho em planta, dada a rigidez espacial que as escadas centrais decretam, o projeto seguiu influenciado por esta divisão e foram criados oito apartamentos de tipologia T0, uma fração a poente e outra a nascente, por piso.
Dada a pequena escala dos apartamentos, a madeira foi adotada como material de eleição para compor e neutralizar o espaço. Todas as carpintarias foram executadas em contraplacado marítimo de pinho e os pavimentos originais de madeira foram substituídos por novos.
O espaço de dormir encontra-se elevado relativamente à zona de estar para o tornar mais resguardado e acolhedor consentindo também a criação de armários na parede que se criou ao levantarmos este espaço.
O desenho da cozinha surge do desejo da mesma poder funcionar como cozinha ou como uma estante, desfazendo a imagem da cozinha tradicional.
As varandas voltadas a poente conectam-se à sala e permitem a contemplação aberta do Jardim das Virtudes e os vãos voltados a nascente consentem a visualização franca do Jardim da Cordoaria trazendo o verde para o interior dos apartamentos.